quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Memento Mori

Somos mortais e é bom relembrar que o somos.
Somos apenas um momento perdido no tempo.
Fomos uma semente, somos agora carne e seremos um dia cinza.

Os fartos e egrégios romanos sabiam-no e imortalizaram, no seu extinto latim, a lembrança da sua humanidade como uma apologia à vida.
A frase pode ser traduzida para a nossa bela língua portuguesa por "Lembra-te que és mortal" e/ou "Lembra-te que morrerás". E é bom saber que um dia partiremos...
Só assim poderemos sentir a dor como algo positivo, até porque sofrer é grande parte do comum viver, e só assim poderemos desfrutar da mais pequena alegria como um momento a não esquecer.
E é por isso que escrevo...

Escrevo para partilhar, para me libertar, para me relembrar a mim próprio de qual o caminho a seguir e para fazer alguém parar, pensar, sentir que o seu caminho é o meu e o meu o seu.
Escrevo agora porque posso, porque quero, porque me apetece. Porque ainda estou vivo.
Respiro cada letra, inalo cada sílaba, e expiro cada palavra.
E sinto-me bem.
Sinto-me bem porque sei que um dia partirei.


“Vita brevis breviter in brevi finietur,
Mors venit velociter quae neminem veretur,
Omnia mors perimit et nulli miseretur.
Ad mortem festinamus peccare desistamus.

Ni conversus fueris et sicut puer factus
Et vitam mutaveris in meliores actus,
Intrare non poteris regnum Dei beatus.
Ad mortem festinamus peccare desistamus.”

in Llibre Vermell de Montserrat

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