A sanidade mental que me resta tende a procurar escapar definitivamente, tal é o seu forte desejo de me abandonar.
O reflexo no espelho já não é o meu.
As palavras que expiro não me pertencem mais.
Ouço vozes.
Vejo sombras.
Sinto o respirar de alguém no meu pescoço.
Suspiros invadem os recantos do meu cérebro esgotado e consumido.
Que me querem dizer?
Por que motivo me querem magoar?
Fecho os olhos e sinto saudades da escuridão que já não consigo encontrar.
Tudo é claro.
Branco.
Brilhante.
Ofuscante.
Nem nos meus sonhos a minha alma coincide com o meu corpo.
Estou do lado de fora.
Um espírito.
Um fantasma.
Um espectro de quem fui.
E olho o meu corpo distante.
Desorientado.
Desequilibrado.
Cadente.
À beira da extinção.
Acordo, mas com os olhos já abertos.
Secos de lágrimas que partiram.
A lucidez esvai-se.
A sensatez é agora uma mera quimera.
A loucura impera.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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1 comentário:
Guarda todas as pedras que se coloquem no teu caminho... com elas construirás um dia o teu castelo, sim AQUELE castelo :) Beijinho
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