quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Metafísica do amor

O amor satisfeito está condenado à infelicidade.

É este o tema de um ensaio irado sobre o amor por parte do polémico, mas sábio, filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

Segundo este, "o instinto do amor ilude a consciência" sendo que todos "os amantes são patetas que perpetuam a dor" que desconhecem que após "satisfeita a paixão, todo o amante experimenta uma estranha decepção".

Schopenhauer acusa o Cúpido, esse deus despótico, de orquestrar os seres humanos como fantoches nas suas mãos, afastando quem se ama de verdade e aproximando estranhos...

Assim, todos amam o que lhes falta, o que não têm...

Mas Schopenhauer não está só nas suas ideias.

Shakespeare disse "amo-a e odeio-a", como que confundido no seio de um turbilhão de emoções (suas) e mentiras (dos deuses).

Matthew Bellamy canta "Enojas-me por te amar tanto".

Manuel Cruz escreveu que "o amor é uma doença quando nele julgamos ver a nossa cura".

A duplicidade de sentimentos impossíveis de combater corrói os corações, desfaz ilusões e incendeia as almas e não as paixões...

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bom este post :)
(assim a roçar pro emo-romântico, sabes? :P ou não...)